ENTREVISTA EXCLUSIVA DO REPTILE NA REVISTA PLATINA

Revista Platina: Como e quando foi o teu primeiro contacto com o rap; e Quais foram as tuas referências?

Reptile: O primeiro contacto não sei dizer por que sempre tive contacto, quando era mais novo gostava de dançar e ouvia artistas como MC Hammer, Kriss Kross, Vanilla Ice, então de certo modo sempre estive ligado a música rap.

Revista Platina: Qual é origem do nome Reptile?

Reptile: (risos) de um jogo de vídeo games chamado Mortal Kombat, havia um lutador com esse nome que achava o máximo, então adoptei o mesmo nome como pseudônimo pro rap.

Revista Platina: Quem começou o beef entre você e laton e os kalibrados?

Reptile: Não tenho beef com os Kalibrados e quanto ao Laton foi ele que começou

Revista Platina: O beef ainda existe ou já terminou?

Reptile: Sinceramente não sei se devo chamar beef, só respondi as provocações porque sempre lhes disse que eu faço isso melhor e que se confundissem de certeza que iam sofrer muitas baixas. E como podem ver...


Revista Platina: Quem são rappers sem Atena, e os rappers mijões em Angola segundo á sua faixa “Mais Quente Na Hood (112 Barras)” recentemente lançada?

Reptile: Rappers sem antena são todos aqueles que não têm convicção no que fazem que tenhem muitos anos de rap, mas até hoje não se definem. Quanto aos mijões sem desrespeitar ninguém acho quase todos.

Revista Platina: Você é tido como rapper que tem mais problemas com os outros rappers. Qual será razão para isso?
Exactamente porque sou frontal e há quem não goste, comigo não existe lamber botas, e não tolero faltas de respeito e sou um desbocado de primeira, falo tudo que penso e que sinto. E depois há aquelas pessoas que ficam com uma má impressão à partida por causa do que ouvem dos outros.

Revista Platina: Qual foi grande motivo do fim do super grupo entre você e Cage 1?

Reptile: Não era propriamente um grupo, era um projecto. E ao contrário das baboseiras e mentiras que ele tem contado, o projecto acabou porque o camarada tinha sede de sucesso, a editora atrasou o projecto e ele recebeu uma proposta do grupo Warrant B. Ele queria lançar os dois trabalhos ao mesmo tempo, o CEO da editora não quis e mandou retirar os versos dele do álbum, depois disso desencadearam uma série de problemas que ele próprio os criou.

Revista Platina: Minha música sempre será mais importante do que minha pessoa". Esse foi um de seus depoimentos dados a uma entrevista feita na rádio por si. A fama mexe com você, Reptile? Como você analisa o fato de hoje ser 'ídolo' de milhares de pessoas?

Reptile: Bom quanto à frase, como ser humano que sou estou susceptível a cometer erros, mas como músico cometer erros é fatal porque existem pessoas que fazem o que digo e me têm como exemplo, então como músico tenho muito mais cuidado e responsabilidade na transmissão de informação às pessoas. O que faço pode mover algumas pessoas, mas o que canto pode movimentar milhares. Quanto a fama, como já lhe tinha dito, não sei definir isso em Angola porque não me acho superior ao pessoal que consome a minha música pelo contrário as pessoas são responsáveis pela notoriedade que tenho, quando recebo elogios não me envaideço só penso que tenho que fazer melhor pra não decepcionar os que acreditam no meu trabalho

Revista Platina: No mundo musical sempre rola aquela insegurança de cair no esquecimento, na mesmice, nos baús da casa dos atuais fãs. Como você lida com essa época de "celebridade de 15 minutos"? O que você procura fazer para que continue sempre na cadeira de fenômeno da música?

Reptile: Eu acredito veementemente no que faço porque escrevo o que vivo e o que penso, sou e sempre serei fiel ao meu estilo, fama não mexe comigo. Quem gosta do Reptile é pelo trabalho que ouve e não porque o vê na televisão ou nas revistas cor-de-rosa. Cair no esquecimento é impossível porque eu e os meus estamos a fazer história e como deve ser de baixo pra cima e não como outros que fazem de cima pra baixo (hahahah)

Revista Platina: Quem artistas do hip hop em Angola você passa para faixa seguinte quando houve? e já agora quem você considera o melhor?

Acho que ao citar alguém de certo modo o desencorajava, apesar de todos se acharem os melhores nós sabemos e o público sabe quem é quem, o que tenho a dizer é não descansem e não se envaideçam temos que trabalhar para sermos cada vez melhor.

Revista Platina: Fale-nos um pouco agora sobre o seu álbum de estréia e de sua musica mais quente na hood (112 barras) e To doido single de avanço do Projecto PIMP quanto aceitação experiências vividas com elas.

Reptile: Bem o Acima do Limite é o que chamo de Bilhete de Identidade, e apesar de algumas pessoas dizerem que preferem a mixtape Ficheiros Secretos, eu trouxe as minhas capacidades como MC e não só como rapper. Teve uma boa aceitação porque acho que tem uma boa sonoridade, variados temas de reflexão, musicas engraçada e musica ritmada pras pistas de dança. Considero um álbum maduro e aconselho a quem gosta de boa música e a quem acha que rap é só barulho sem conteúdo.

A 112 barras é uma track pras ruas, a minha primeira cena do ano. Muita gente reclama que ponho poucas cenas na rua e pedem sempre mais, era só pra saciar a sede do pessoal, anunciar o blog Pirline. blogspot.com. passo a publicidade e para alguns dreads que disseram que eu não consigo cuspir 100 barras, por isso cuspi 112.O estou Xtou doido como eu escrevo é o primeiro single oficial do projecto P.I.M.P que eu tenho com o meu amigo Raiva. O instrumental foi produzido pelo nosso parceiro Dimensão O Mágico, e é uma música pras pistas de dança e é uma combinação de Rap, Pop e R&B. Temos o vídeo a ser editado, estamos a trabalhar na promoção e acredito que esse ano vão ouvir falar muito de nós (risos)

Revista Platina: Porque que você acha enquanto você e seus Nigga estiverem no hip hop o rap não morre?

Reptile: Porque nós somos reais e vivemos o Hip Hop 24/7 e 365 dias por ano. Amamos a cultura e não há nada que sabemos fazer melhor do que Rap. Não queremos fundir com outro estilo, não queremos ir pra outro estilo, MC´s até a morte!! (risos) isso soa a filme de guerra, mas é verdade, primamos por música Rap inteligente e adulta e quem não gosta de nós vai ter mesmo que nos engolir

Revista Platina: Já agora o que podemos esperar do PIMP quanto a musicalidade, poesia, letras, plano de marketing, vídeos e etc.?

Reptile: Optamos por trazer uma cena street(rua ou urbano) porque sentimos que é o que o mercado. precisa uma vez que há uma crise existencial no que concerne a essência do Rap e do Hip-Hop. A poesia é mais voltada para os nossos objetivos e projectos de vida o que acredito que seja o mais comum em jovens da nossa idade.
Tanto no meu como no do Raiva pecou-se na promoção, esse ano estamos muito empenhados em superar esse défice e principalmente em dar imagem ao que o pessoal ouve. O nosso plano de imagem parte muito por invadir a mídia e levar o nosso nome e trabalho o mais distante possívelQuanto aos vídeos, hum, só posso dizer que o people vai nos chamar de loucos porque o que temos em carteira é muito crazy.

Revista Platina: O importante é ser você, mesmo que seja estranho, mesmo que seja bizarro...". Qual a importância de não se importar com rótulos que as pessoas dão às suas atitudes, estilo e músicas, por exemplo? " o chefe do swag " pode ser ser considerada sinônimo de muitas críticas - e muitos elogios. Como você lida com isso tudo?

Reptile: Não me importo com rótulos porque os mesmos não passam de opiniões, e isso toda gente tem, se formos a mudar consoantes as opiniões nunca seremos nós mesmos. A idéia é mostrar o que somos e como pensamos. Chefe do Swagg é elogiado e criticado, como disse acima, todo mundo tem opiniões, e eu tenho a minha

Revista Platina: Qual o conselho que você daria para bandas que estão começando agora?

Reptile: Antes de mais sejam originais, criativos, humildes e não tenham vergonha de aprender com quem está a mais tempo no mercado

Revista Platina: Quem foi para si a causa se assim se pode considerar a base para atingir o estrelato?

Reptile:Em Angola não sei como definir estrelato, mas como impulso para minha carreira a base é todo mundo que lida comigo porque me considero Produto do Meu Ambiente.

Revista Platina: O que tem de bom em cartaz hoje? Quais os tipos, estilos de filmes você curte? Além dos filmes, quais os atores/atrizes você dá nota 10?

Reptile: Gosto de filmes com muita ação e que não me deixam adivinhar o final quando ainda estou no meio. Quanto aos atores são muitos, mas… ok… Denzel Washington, Bruce Willis, George Clooney e Will Smith. As atrizes são mais difíceis ainda, hum só vou dizer Angelina Jolie porque a lista é infinita

Revista Platina: O que fazer num domingo sem shows, sem nada na TV e sem a companhia da namorada e do que você mais gosta?

Reptile: Uma das coisas que mais gosto estar com os amigos

Revista Platina: Quais os seus "points" de passeio de tchilo? Que tipo de lugar e música te faz dançar a noite inteira?

Reptile: Sou apaixonado pela Ilha do Mussulo e normalmente costumo estar em ambientes privados tipo a casa dum amigo. Preferimos e organizamos chillins assim. Mas de quando em vez vamos a restaurantes ao Eden Club, Don Q etc. Há poucas opções em termos de noite por isso não saio muito prós clubs.Quanto à música, para além de Rap sou amante do dance e house music.

Revista Platina: O que seria uma boa lembrança da vida pra você? E uma ótima lição de vida?

Reptile: Boa lembrança seria a minha infância. E boa lição de vida o meu pai

Revista Platina: Num restaurante o que você pede sem olhar no cardápio? E a sobremesa?

Reptile: Nunca faço isso e raramente peço sobremesas

Revista Platina: Você tem sonhos: casamento, família, filhos? Como você estrutura isso com a carreira artística?

Reptile: Eu digo numa letra do P.I.M.P: muitos dos meus sonhos eu já os vivo hoje! Ainda não sou casado, mas vivo maritalmente, tenho um filho lindo e divertido e estou à espera de uma menina que por acaso deve nascer essa semana. O meu sonho é conseguir manter o meu lar saudável, unido, divertido e sustentar a minha família.
A carreira não atrapalha em nada nem vice-versa porque sou um homem muito apegado a família, e eles percebem perfeitamente e encaram bem quando não estou com eles por causa da música.

Revista Platina: Deixe um recado especial para os seus fãs aqui na Platina.

Reptile: Amem, não julguem sem conhecer, explorem mais Reptile, comprem o álbum P.I.M.P, estudem e trabalhem para contribuirmos para o desenvolvimento e pra melhorarmos esse mundo para que os nossos filhos beneficiem disso

Revista Platina: Qual a sua opinião em relação ao caso de desvio de dinheiro dos cofres públicos?

Reptile: Não censuro ninguém porque não tenho competência para tal. Respeito toda gente até quem rouba, mas quem rouba para comer, pra sustentar a família e não para ter luxo e exibir uma riqueza que não lhe pertence e como disse o MV Bill numa track, quando vais roubar não te esqueças que estas a roubar dinheiro a um homem que trabalha duro e vê sua honra jogada no chão ao ver a sua família passando fome. Muita gente está sem salário por causa desse desfalque.

Revista Platina: Qual é sua opinião em relação à freqüente onda de desastres naturais pelo mundo?

Reptile: Acredito que sejam avisos porque o homem mexe muito com a natureza e não repara os estragos que faz, é algo muito precioso, portanto temos que cuidar dela porque quando ela se zanga, só catástrofes.

Revista Platina: Qual é sua opinião em relação à fome, e falta de água potável alguns países menos desenvolvidos.

Reptile: Muitas economias geram milhões, mas não somos nada com muito dinheiro e sem sentimentos. Água e alimentação são necessidades básicas. Acho que os países desenvolvidos devem se esforçar mais para ajudar.

Revista Platina: Como soube do projecto Revista Platina?

Reptile: Li a entrevista que fizeram ao Raiva, explorei o site e gostei do conteúdo

Revista Platina: O que achou da nossa revista?

Reptile: Interessantíssimo

Revista Platina: Que recado/sugestão deixa aos seus criadores?

Reptile: Continuem a primar pela qualidade, acho que estão muito bem, divulguem mais e mantenham a qualidade dos conteúdos

Revista Platina: Deixe um recado especial para os seus fãs platinado aqui na revista Platina que hoje formam universo de 113 países

Reptile: Amem, não julguem sem conhecer, explorem mais Reptile, comprem o álbum P.I.M. P estudem e trabalhem para contribuirmos para o desenvolvimento e pra melhorarmos esse mundo para que os nossos filhos beneficiem disso. Fiquem atentos, ajudem a divulgar o nosso blog e conectem-se a PIRLINE porque temos muito para oferecer.


Ed Reskova